O uso de passaportes irlandeses na execução de um membro do Hamas em Dubai pode ter sido surpresa, mas o documento sempre foi popular, escreve Tom Clonan
Como documento de viagem – falsificado ou não – passaportes irlandeses são altamente apreciados por grande e variado número de grupos e indivíduos. Acredita-se que o coronel Olivier North tenha viajado ao Irã com um passaporte irlandês forjado em 1986, durante o caso Irã-Contras.
É de amplo conhecimento dos círculos de inteligência e segurança que passaportes irlandeses falsificados têm sido usados tanto por agentes da CIA quanto do Mossad em viagens pelo Oriente Médio e a África. Aproveitando-se da reputação da Irlanda de país neutro com pouca ou nenhuma bagagem colonialista, agências internacionais de segurança, acredita-se, têm em inúmeras ocasiões empregado passaportes irlandeses falsificados como disfarce para espiões e agentes em trânsito por territórios hostis a países poderosos como Estados Unidos e Reino Unido.
Sabe-se também que organizações terroristas internacionais já usaram passaportes irlandeses falsificados no passado. Acredita-se que membros do Provisional IRA usaram passaportes forjados durante os anos 70 e 80 em viagens à Líbia e a outros lugares do Oriente Médio para comprar armas e explosivos durante os Troubles. Mais recentemente, como ministro da Justiça, Michael McDowell alegou que membros da Colombia Three viajaram para a América do Sul com passaportes falsificados.
Passaportes irlandeses genuínos e legitimamente usados são motivo de inveja entre jornalistas internacionais fazendo coberturas em ambientes hostis tais como Iraque e Afeganistão. Os correspondentes internacionais Patrick Cockburn, do londrino Independent, Maggie O'Kane, do The Guardian, e Orla Guerin, da BBC, fazem coberturas em áreas de guerra viajando com seus passaportes irlandeses.
Cockburn cita que em pelo menos uma ocasião no Iraque o passaporte irlandês provavelmente salvou a sua vida. Ele apresentou o documento ao ser tirado do seu carro por insurgentes armados na periferia de Fallujah em 2004 e foi liberado sem lesões. (...)
"A Submissão", de Michel Houellebecq, 10 anos depois.
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