quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Da importância de conhecer os vizinhos

Raramente saí das redondezas em janeiro. Quase não acompanhei o noticiário nacional. Vai então um assunto local, praticamente uma fofoca. Desde o Natal, quatro assassinatos foram cometidos em Dublin a mando de bandidos do bairro vizinho ao nosso. A polícia suspeita que uma única pessoa tenha cometido os crimes. Na segunda-feira, uma blitz na principal avenida do nosso bairro teve o reforço de um policial fortemente armado, o que não é normal. Mais tarde, o motorista da noite me contou que o autor das quatro execuções é um cara aqui do nosso bairro que faz parte da gangue do bairro vizinho. "Maluco, doido completo." É, aos poucos a gente vai sabendo quem é quem na vizinhança.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Irlandesa compra seu 23º Ford zero

Vinte e três carros zero. Todos da marca Ford e todos comprados na mesma revendedora. O primeiro em 1929 e o mais recente, um Focus, agora em 2010. Que paixão, que fidelidade, hein dona Eileen Lydon? A velhinha – 98 anos – garantiu que lembra até das placas de todos os 23 Fords. "Mas tenho que sentar para escrever os números." A história tá no Independent.ie.

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Em busca das fotos perdidas

Depois de dois anos usando o celular mais reles do mercado, me dei de presente, com o cartão da Karlinha, um aparelho melhorzinho. A principal vantagem dele é que tem câmera. Durante o trabalho, passo a maior parte do tempo na rua. Muitas vezes aconteceu de eu topar com coisas que achei valessem fotos. Coisas normais, uma rua, uma pessoa, uma árvore, um carro. E coisas mais inusitadas, um cachorro andando de elevador, um motoqueiro com máscara anti-gás, uma noiva numa carruagem de vidro. Espero, agora, conseguir bater algumas dessas fotos que passaram pela minha cabeça. Hoje, primeiro dia com o brinquedo novo, bati 26 fotos. Eis algumas:







segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Ministro das Finanças confirma que tem câncer

O ministro das Finanças Brian Lenihan disse nesta segunda-feira que se sente bem e não pretende se afastar do cargo ou reduzir a jornada de trabalho durante seu tratamento de câncer. O estado de saúde de Lenihan tem sido alvo de intensas especulações desde o dia 26 de dezembro quando o diagnóstico de câncer foi revelado pela mídia irlandesa.

Hoje, em seu primeiro pronunciamento depois da revelação, o ministro deu detalhes sobre a doença. Segundo ele, testes realizados pouco antes do Natal mostraram um bloqueio na entrada do pâncreas e nesse bloqueio foi encontrado tecido canceroso. Lenihan afirmou que o tratamento será iniciado ainda nesta semana.

No início de dezembro, com a aprovação do orçamento de 2010, um dos mais duros da história da Irlanda, Lenihan recebeu boa repercussão da mídia. Comentaristas políticos e econômicos o consideraram nome forte para o cargo de primeiro-ministro caso as medidas draconianas que elaborou dêem certo e ajudem o país a sair da crise.

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

Post estranho para começar o ano

Não trabalho desde quinta-feira, dia 24. Foi assim também no ano passado. O supermercado tem pouco movimento entre Natal e Revéillon. Lá fora as condições usuais prevaleceram durante quase toda a semana: vento idiota, chuva chata, frio desgraçado – o velhíssimo pacote que fez os antigos romanos chamarem a Irlanda de Hibérnia, a terra do inverno, a prova definitiva que o aquecimento global é balela.

Faz dois dias que o tempo mudou, parou a chuva, diminuiu o vento, aumentou o frio. Ontem, ou foi na madrugada de hoje?, nevou forte, o que não é comum em Dublin. Só nos demos conta da neve na hora de ir para cama, por volta das 2h, enquanto eu cumpria o ritual (mania, TOC) de verificar se as janelas e portas estavam fechadas.

Os estudantes do apartamento de cima estavam na rua batendo fotos e atirando bolas de neve quando saíamos para fazer o mesmo. Ao contrário do vento, da chuva e do frio, a neve para nós, e parece que para os nossos vizinhos também, ainda merece adjetivos tais como divertida, surpreendente, fotogênica. Na outra vez que nevou forte em Dublin, em fevereiro último, um polonês colega de trabalho me disse algo como "porcaria de tempo, hein?". Não duvido que ele tenha motivo para detestar neve.

Hum, estou começando o quarto parágrafo e nem sinal de notícias da Irlanda. A verdade é que olhei o Irish Times agora há pouco, mas nada me chamou a atenção. Daí peguei o primeiro parágrafo – que eu tinha escrito para um post não-publicado a respeito dos filmes assistidos nos últimos dias (Avatar e Hunger, que ficariam na parte de baixo da lista; Cidadão Kane, que pela quarta vez não consigo terminar de ver; O segredo de Berlim, The Good German, bom; e Papai Noel às Avessas, Bad Santa, o melhor de todos) – e toquei até aqui.