quarta-feira, 30 de junho de 2010

Aquecimento global: balela ou fato?

Passei a ficar em dúvida se o aquecimento global era balela ou fato depois de ler textos sobre o assunto no blog do Tambosi, que está na lista de blogs aí do lado. O Tambosi é cético a respeito. Os textos que li no blog dele são contundentemente contrários à ideia segundo a qual o planeta está aquecendo. Dizem, por exemplo, que não há consenso sobre o tema no mundo científico e que aqueles que pregam o aquecimento global distorcem dados, são alarmistas e têm, muitas vezes, interesses financeiros.

Mas eis que, agora há pouco, vi na RTE (canal de televisão da Irlanda) um programa que mexeu novamente com minha opinião sobre o tema. Burning Question, como é intitulado, toma partido a favor dos defensores do aquecimento global e contra-ataca os argumentos dos descrentes.

Assim como os textos do blog do Tambosi, o programa é contundente. Afirma, por exemplo, que o aquecimento global é, sim, causado pelo homem, e que há, sim, consenso científico sobre o tema. Também diz que a ideia de conspiração é patrocinada por empresas de óleo e combustíveis.

Dois notórios golpes na credibilidade dos defensores do aquecimento global – os casos da Universidade de East Anglia e do gelo do Himalaia no relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) – são rebatidos no programa.

No caso da East Anglia, houve grande repercussão negativa quando o vazamento de e-mails foi noticiado. Por outro lado, foi quase nulo o destaque para as investigações sobre o ocorrido, que foram encerradas em março deste ano e limparam a barra dos cientistas.

No caso do relatório, que trouxe a informação equivocada que o gelo do Himalaia iria derreter, o diretor do IPCC, em entrevista ao programa, reconheceu o erro e lamentou que o relatório seja lembrado por isso e não pelas informações incontestáveis das outras 2.999 páginas.

Outro entrevistado, um professor de jornalismo da universidade de Cardiff que escreveu um livro sobre como a imprensa trata o aquecimento global, disse algo interessante. Segundo ele, pela regra da objetividade jornalística, o aquecimento global deveria ser apresentado como fato por ser cientificamente comprovado. No entanto, ao aplicar a regra do equilíbrio, de mostrar o outro lado, a imprensa favorece o debate e, consequentemente, a incerteza.

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Kaká, chama a mãe que o pai tá doido

Sem churrascos com amigos e sem Galvão para mandar calar a boca, acompanho a Copa sóbrio como um terno preto, embora regularmente só de cueca por causa do verãozão irlandês de 20ºC. Não sei se é o calor inesperado ou a sobriedade inédita, mas com certeza estou enlouquecendo.

Fiquei certo da loucura ao ler, ontem, jornalistas e comentaristas brasileiros pela primeira vez após uma semana sem internet. Sintoma inequívoco. Ao contrário dos especialistas, achei sofrível o desempenho do Kaká contra a Costa do Marfim.

Não me lembro de tê-lo visto errar tanto em jogo da Seleção. Erros que os passes para os gols não anulam mas ressaltam. Aposto (um milhão e duzentos e três euros) que a avaliação pós-jogo que o Kaká fez dele mesmo (sim, eu tô maluco) foi pior que a da imprensa em geral. E piro mais: ele não teve culpa alguma, absolutamente nenhuma, na expulsão.

E surtando, baba correndo: a Seleção ganha a Copa fácil, fácil sem o Kaká. Mas piração mesmo seria ver o time com o Kaká dos velhos tempos. Please, God! E lá vamos nós, doidaços, de cueca, cantando para a Clara: "Copacopaai! Copacopaai! É a Copa co' paai!"