Mas eis que, agora há pouco, vi na RTE (canal de televisão da Irlanda) um programa que mexeu novamente com minha opinião sobre o tema. Burning Question, como é intitulado, toma partido a favor dos defensores do aquecimento global e contra-ataca os argumentos dos descrentes.
Assim como os textos do blog do Tambosi, o programa é contundente. Afirma, por exemplo, que o aquecimento global é, sim, causado pelo homem, e que há, sim, consenso científico sobre o tema. Também diz que a ideia de conspiração é patrocinada por empresas de óleo e combustíveis.
Dois notórios golpes na credibilidade dos defensores do aquecimento global – os casos da Universidade de East Anglia e do gelo do Himalaia no relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) – são rebatidos no programa.
No caso da East Anglia, houve grande repercussão negativa quando o vazamento de e-mails foi noticiado. Por outro lado, foi quase nulo o destaque para as investigações sobre o ocorrido, que foram encerradas em março deste ano e limparam a barra dos cientistas.
No caso do relatório, que trouxe a informação equivocada que o gelo do Himalaia iria derreter, o diretor do IPCC, em entrevista ao programa, reconheceu o erro e lamentou que o relatório seja lembrado por isso e não pelas informações incontestáveis das outras 2.999 páginas.
Outro entrevistado, um professor de jornalismo da universidade de Cardiff que escreveu um livro sobre como a imprensa trata o aquecimento global, disse algo interessante. Segundo ele, pela regra da objetividade jornalística, o aquecimento global deveria ser apresentado como fato por ser cientificamente comprovado. No entanto, ao aplicar a regra do equilíbrio, de mostrar o outro lado, a imprensa favorece o debate e, consequentemente, a incerteza.